Integração Ensino-Serviço-Comunidade


O Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá, de modo coerente às novas bases da educação médica e suas diretrizes curriculares, busca formar profissionais tecnicamente qualificados, aptos ao exercício humano e ético da profissão, e comprometidos na prestação de cuidado integral aos usuários do sistema de saúde vigente no país. O atual paradigma que orienta a formação dos profissionais da saúde pressupõe a articulação entre os saberes teóricos e o contexto de trabalho. A ênfase é que o processo ensino-aprendizagem se dê em cenários de prática integrativos estimulando postura pró-ativa do aluno em seu processo de formação, e a interação com profissionais dos diferentes campos da saúde.

“A integração com os outros profissionais da saúde é uma oportunidade para aprendermos o que na sala de aula não é possível aprender”.  (Nutrição)

“A troca de saberes contribui para o crescimento profissional, pois acredito que aquilo que não se troca... perde-se”. (Fisioterapia)

 Como estratégia, adotou-se como eixo principal e integrador do currículo as premissas da Estratégia Saúde da Família, nos moldes propostos pelo Ministério da Saúde.  Para tanto, criou uma Unidade de Saúde da Família dentro do próprio campus universitário em convênio com a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, em funcionamento desde janeiro de 2001, a Unidade PSF-Lapa.  Situada dentro da Área Programática I da Rede Municipal de Saúde, funciona de forma integrada às demais unidades do município.

“É interessante conhecer na prática as ações propostas pelo PSF. Hoje fomos ‘buscar’ um usuário específico, mas acabamos conhecendo e interagindo com toda família. Isto facilita a nossa compreensão sobre os problemas existentes...”.  (Nutrição)

“Foi possível ver que a relação médico-paciente vai muito além do consultório médico e da consulta em si... o conhecimento do médico sobre as patologias deve ter simetria com o conhecimento sobre a história de vida das pessoas”.  (Medicina)

No PSF-Lapa, hoje com onze anos de existência, docentes e alunos de diferentes cursos de graduação da área da saúde da Universidade Estácio de Sá, podem refletir sobre o dia-a-dia da prática profissional, seus avanços e desafios. As etapas para aprendizagem incluem o reconhecimento dos problemas, o estudo norteado dos mesmos, as ações dirigidas com intenção de solucioná-los e a reflexão posterior seguida de nova ação. Cabe ao corpo docente conduzir a estratégia pedagógica em cada uma dessas etapas oportunizando resolutividade às situações que se apresentem no cotidiano do serviço.

“A visita domiciliar é importante, pois podemos observar as condições de higiene em que vivem as famílias... esta observação facilitou o conteúdo das atividades educativas, dando maior ênfase na importância da higienização dos alimentos para a saúde da família...” (Nutrição)

“Eu não gosto de fazer a Visita Domiciliar, acho que isso é uma invasão de privacidade. Lugar de médico é no consultório. Tem só uma que achei muito importante: quando fui conhecer uma família que eu já atendia e percebi que a condição de moradia é completamente diferente da que eu imaginava”.  (Medicina)

“A visita domiciliar muda completamente o conceito do médico como um agente passivo de saúde, aquele que espera o paciente chegar a sua sala e queixar-se. O médico passa a ter muito mais um papel de vigilante de saúde, e para isto, precisa utilizar outros meios de chegar até a informação buscada, com mais perspicácia e natureza inquiridora”. (Medicina)
 
”As visitas domiciliares assumem um papel importante na organização do trabalho do PSF, pois aparecem como uma das principais ferramentas na estratégia de atendimento. Nesta prática, a observação do cenário domiciliar e o público alvo atendido pelo PSF, torna-se uma experiência enriquecedora para o futuro profissional dos estudantes de medicina’ (Medicina)


 Atualmente a participação de alunos e docentes das diversas áreas da saúde no Campus da Lapa e seu entorno já é considerada um marco nas ações de saúde da população adscrita ao PSF-Lapa, através da interdisciplinaridade, com potenciais benefícios para a academia, para o serviço e principalmente para a própria comunidade.
         
“A integração me faz perceber que não é só minha parte específica que deve ser vista. O paciente é um conjunto de necessidades e deve ser visto como um todo”. (Odontologia)

“A integração permite a real troca de saberes, pois discutimos juntos os resultados dos exames, o diagnóstico e, juntos podemos traçar a conduta e o acompanhamento do caso”.  (Medicina)


Os aspectos do processo ensino-aprendizagem possibilitados pela atuação em um campo de prática profissional são muito diferenciados. Inscrevem-se aqui aspectos que emergem seja no que tange às relações (porque deixa de ser apenas a relação discente-docente, para se tornar relação aluno-usuário e equipe de trabalho), seja no que se refere aos conteúdos da aprendizagem, que deixam de ser meramente técnico-informativos passando a incorporar questões formativas éticas, morais, psicológicas que estão intimamente ligadas às relações sociais que se estabelecem e as linhas de cuidado necessárias.

 No entanto, a interlocução entre as necessidades da academia e do serviço encontra inúmeros desafios, na medida em que cada um tem características e conflitos singulares. A perspectiva de assumir uma unidade que articula ações de ensino e de serviço, exige o re-posicionamento dos diferentes atores envolvidos no processo, evitando assim que a unidade se transforme em simples prolongamento da escola, em um laboratório de ensino. A fortaleza dessa proposta está em incluir a academia em questões norteadas pelo serviço, ou seja, pelas necessidades de saúde da população, e ao mesmo tempo apreender da academia as propostas transformadoras para o processo de trabalho no serviço buscando melhoria de acesso e qualidade.
          Sem dúvida, este tem sido um aprendizado no complexo processo de prática profissional em uma unidade de saúde ensino-serviço e tem fortalecido o intercâmbio de saberes em prol da melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem dos alunos e, no caminho da construção de novos saberes para inovação de modelos de atenção à saúde. O trabalho em equipe, a sintonia conquistada entre os docentes das diferentes áreas, o reconhecimento da comunidade e de outras instituições em relação ao trabalho realizado, nos faz acreditar que estamos trilhando um caminho coerente com a atual orientação dos Ministérios da Saúde e da Educação. 
“O acesso facilitado aos demais profissionais favorece não somente a nossa formação como principalmente a integração em prol da comunidade”.  (Fonoaudiologia)

“É evidente os laços que se estabelecem entre os pacientes e os profissionais de saúde, o que garante que aqueles se sintam mais a vontade para falarem sobre seus problemas, inclusive os de saúde”. (Medicina)

 “Estar aqui, no PSF possibilita saber até onde a gente errou!” (Medicina)


           Assim sendo, acreditamos que contribuímos para a formação de profissionais capazes ao atendimento efetivo dos interesses e necessidades da população reafirmando o compromisso de responsabilidade social e profissional assumido pela Universidade Estácio de Sá. 


0 comentários:

Postar um comentário

SUA MENSAGEM SERÁ ANALISADA PELO ADM.DO BLOG ANTES DE SER PUBLICADA.

Contato

Fale Conosco

Entre em contato com nossa unidade, fale com nossos profissionais e tire suas dúvidas quanto aos nossos programas

Endereço

Rua Riachuelo, 43 - Centro - Rio de Janeiro - RJ

Funcionamento

De Segunda a Sexta das 08h às 17h

Telefones

(21) 3231-6015 (21) 3231-6016

Tecnologia do Blogger.